sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

O HOMEM DE (DA) LUZ

Quando decidi escrever minha historia, a idéia é que ela se passaria a partir da data da minha separação. A discrição foi mantida, embora parecendo estranho, falarei sobre meu avô, e o que ele representou para minha vida, pela genética e por seus valores. O ambiente em que vivi difere em muito do que ele viveu espacial, temporal e economicamente, além da questão de gênero. Mas o patrimônio genético que ele me deixou é impagável duas dádivas, duas referências de conduta, a utopia e a justiça. Era uma vez um homem filho de família política e rica em Baturite que não aceitava os arcaicos lampiões de gás que adornavam as ruas, embora belos e românticos, a luz elétrica significa o progresso e bem estar dos cidadãos. Representava músicas, para as moças casadoiras que poderiam tocar piano ate mais tarde, para suas famílias e seus amados, os moços românticos poderiam fazer serenatas em noites sem luar. Concebia em primeiro plano o desenvolvimento para a bela cidade serrana. Concluída esta etapa ele saiu como mambembe, instalando energia elétrica (luz) em outros municípios, Itapipoca, Tururu, saiu acompanhado o sonho. É admissível ser poético e visionário. Foi este homem bondoso e sensível que me fez ver que é possível admirar os homens. Incapaz de magoar. Quando criança lhe pedia muitos presentes e muito caros, com sabedoria me dizia que a fabrica estava fazendo,quando concluísse me traria, eu ficava feliz com as pequenas e simbólicas lembranças. Como não acreditar naquele que não dizia mentiras, apenas adiava a entrega dos presentes, como era de se esperar do agora pobre e bem-aventurado vovô Horacio.

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